Estou a observar uma pessoa que não conheço. Parece infeliz. Sentada num banco de jardim. Tem as mãos cruzadas sobre os joelhos. Sozinha. Olhou para mim. Fiquei atrapalhada por estar a observa-la, sorri envergonhadamente... Ela estava a olhar serenamente para os meus olhos. Disfarcei. Mudei a direcção do meu olhar por instantes. Gosto de olhar nos olhos, mas não quando me olham nos olhos! Estou sentada num outro banco do mesmo jardim, a poucos metros de distância... O olhar dela regressou para baixo. Próximo do chão. Olhar pesado aquele... Estou novamente a observa-la. Aparência misteriosa a dela... Ouvi uma voz dentro de mim que me disse: "aproxima-te..." Hesitei. Mas estava curiosa. Resolvi aproximar-me. Deslizei até ela. Sentei-me a seu lado, sem nada dizer. Foi então que ouvi a mesma voz: "sabia que virias..." nesse instante, ela olhou-me e sorriu suavemente. Mas ela nem sequer mexeu os lábios. Fiquei apavorada sem saber o que fazer. Completamente paralisada. Foi então que pensei: "Afinal o que está a acontecer?"... Nesse instante, ela olhou para mim. Estávamos sentadas lado a lado.Senti-a a olhar para mim, Também olhei para ela... E sem mais nem menos, ela sorriu novamente para mim... Sem mexer sequer a boca: "Tem calma,,, Acabarás por perceber tudo..." O meu olhar tornou-se um olhar confuso, um olhar de pânico! Estava a falar comigo através do pensamento. Não é verdade... Não pode ser verdade... Quer dizer... será... será que... Mas... Não, não pode ser verdade! pensei eu nesse instante. Quis sair dali... Saí a correr dali para que aquela pessoa misteriosa não me seguisse...Enquanto corria,olhei para trás uma última vez... Já não estava lá ninguém. Havia-se evaporado! Parei. Aproximei-me novamente do banco... Havia apenas um jornal, ali deixado por alguém, onde constava uma fotografia daquela pessoa que eu havia visto à instantes, onde ela era referida como uma jovem que havia morrido, à meses, atropelada, perto daquele jardim...
ISTO FOI UM SONHO QUE EU TIVE À ALGUNS ANOS ATRÁS E QUE NUNCA ESQUECERA! MARCOU-ME PELA VERACIDADE DE ALGUNS DETALHES, E PELA RELAÇÃO QUE ESSES DETALHES TÊM A MIM!
Quando acordei, desejei nunca ter acordado, para saber até onde é que aquele misterioso sonho me levaria...
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